domingo, 13 de março de 2011

Na mulher interessante a beleza é secundária.
A beleza morre nos primeiros 15 dias, num insuportável tédio visual.
Era preciso que alguém fosse de mulher em mulher anunciando: ser bonita não interessa, seja interessante!!!

Dar uma!

Algumas mulheres acreditam no sexo com o pau amigo, o homem limpinho que aparece de vez em quando só pra dar uma comidinha e tchau. Eu acredito no sexo com o amigo sem pau. O homem que aparece de vez em quando e te busca em casa, abre a porta do carro, elogia sua roupa, escolhe os melhores ingressos, faz você morrer de rir, conversa sobre tudo, dá conselhos, cuida de você, sobe com você até seu apartamento, curte um som, dorme de conchinha, te abraça forte e…vai embora. Isso sim é dar uma, ao meu ver.


E eu escrevo um parágrafo e corro pra ver se tem e-mail.
E eu escrevo uma linha e corro pra ver se tem mensagem de texto.
E eu não escrevo nada e também não corro, apenas deixo você chegar
aqui do meu lado, em pensamento. E me pego sorrindo, sozinha.
E me pego nem aí para todo o resto.

Mas sabe o que acontece enquanto isso? Enquanto eu não me movo
porque estou lotada de você e me mover pesa demais?
O mundo acontece. O mundo gira. As pessoas importantes assinam
contratos, ganham dinheiro. As pessoas simples lutam por um lugar
na condução, um lugar no mundo. Estão todos lutando. Estão todos
ganhando dinheiro. Estão todos fazendo algo mais importante e
mais maduro do que suspirar como uma idiota e só pensar em você.

Eu tenho muita inveja dessas pessoas maravilhosas, adultas,
evoluídas e espertas que conseguem separar a hora de ir a uma
reunião de condomínio com a hora de desejar alguém na escada do
condomínio. A hora de marcar o dentista com a hora de engolir alguém.
A hora de procurar a palavra "macambúzio" no dicionário com a hora de
se perder com as suas palavras que de tão simples parecem complexas.
A hora de ser inteira e a hora de catar meus pedaços pelo mundo
enquanto você dá sinais desmembrados.

Eu não consigo nada disso, eu me embanano toda, misturo tudo,
bagunço tudo.

A minha única dúvida é se sou a única idiota a fazer isso comigo
ou se sou a única idiota a admitir que faço isso comigo.

Não somos um casal melado, mas duvido que tenha alguém que duvide do nosso amor.
Quer dizer, a gente duvida, mas a gente é louco

Tentativa de acabar com um amor


Sempre achei que esse amor era coisa de quem não tinha nada melhor para fazer.
Eu só o sentia porque estava infeliz naquela vida pacata. Só por isso. Resolvi então agitar a vida pacata. E comecei a sair mais de casa, enxergar as pessoas ao meu redor, mais viagens, mais baladas. Amor é coisa de gente pacata e agora que eu tinha uma vida agitada, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta.

Nada feito.
Só piorou.
Acordava e ia dormir com ele engasgado aqui. Ficava inconformada.
Mas aí concluí: amor é coisa de quem tem tempo pra pensar nele.
Claro, mesmo com a semana agitada entre faculdade e trabalho, eu fico em casa o fim de semana todo, alegando cansaço, no silêncio das minhas coisas, claro que acabo pensando besteira.
Aquele papo de mente desocupada casa do diabo, sabe? Amor do diabo.

Fui procurar Jesus.
Depois de dez passes e de ler todo o Evangelho Espírita, achei que ficaria tudo bem. Ficou nada.
Eu só parei de sonhar que botava fogo no apartamento do ser amado ou que arrancava os olhos de todas as mulheres do mundo. Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava.

Amor adolescente, pensei. Com certeza, se eu virar mulher, esse amor bobinho passa. Amor de menina boba. Tratei, então, de virar mulher. Quem sabe mudando o visual, esse amor não se mudava de mim? Nada feito. Cabelo novo, roupas novas, sapatos novos, novas contas pra pagar. E o mesmo coração idiota. O mesmo amor de sempre. Coisa chata, não?

Ah, que que é isso! Amor deve passar com um novo amor, não? Olha lá aquele menino bonito te olhando, o outro que escreve bonito, o outro que te faz rir um monte, tem também aquele ali, com mão firme. Nada. Nenhum deles foi capaz de me salvar, de substituir minhas células cansadas em sentir sempre a mesma coisa. Nenhum foi capaz, nem por um segundo, de me levar para passear em outros tormentos. Ou outras alegrias. Qualquer outra coisa que seja.
Aí veio a idéia brilhante.

Será que se eu mergulhasse de cabeça na estupidez desse amor, não me curava?
Será que se eu, por um minuto apenas, parasse de sentir tudo isso de dentro da grandiosidade que eu inventei para tudo isso e enxergasse de perto como tudo é tosco e pequeno, eu não me curava?
Só piorou.
De frente para ele e suas constatações tão absurdas a respeito de tudo, só consigo sentir ainda mais amor.
E quanto mais e maiores motivos para não sentir, ele e a vida me dão... Adivinhem? Sim, o amor cresce.
Irresponsável, sem alimento, sem esperança e de uma burrice enorme.
Ainda assim, forte e em crescimento.
Mas esse amor, ah, esse amor é coisa de quem não ama a própria vida. Se um dia eu pudesse mudar de estado, país...Esse amor iria embora, claro.
Nada feito.
Estou aqui graças a minha maior qualidade: a fé.
Sim, isso só não funciona pro amor, mas pra todo resto na minha vida...acreditar sempre funcionou!
Tudo certo com a minha vida.
Ou quase tudo certo.
Ainda sinto esse amor ridículo.
Essa coisa infernal que me vence todos os dias, todos os minutos.
Quantos bons contatos me admiram e me elogiam.
Ainda bem que alguém além de mim acredita em mim rs...
É tanta coisa boa acontecendo, tanta gente boa se aproximando que tá na hora de acordar...

Taí. Tá bom. O amor venceu. Você venceu. Venceu. Venceu. Venceu.
E eu acabo de descobrir, simples assim, a única maneira de me livrar desse sentimento:
aceitando ele, parando de querer ganhar dele.
Te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso vou deixar de ser feliz ou viver minha vida amor!

Ele não é só um cara..

Esse sim, esquenta as suas mãos e escuta os seus impropérios e gracinhas com o mesmo apego.
Ele não te deixou apodrecendo ali onde você não pudesse incomodar.
Ele é diferente de tudo o que é errado em seu mundo e em outros mundos.
Você diria que ele salvou sua vida se não soasse tão dramático. Ele não faz planos ou promessas, só surpresas, te ensinou a gostar de surpresas. Ele é diferente.
Ele não é só um cara.
Ele te ouve como se te entendesse, fala como quem soubesse o que dizer e não diz nada muitas vezes, porque ele entende os silêncios.
Ele existe.
Você sabe que seriam bons amigos, bons parceiros, bons inimigos, mas você prefere ser a mulher dele.
E sabe que serão importantes na história um do outro para sempre, independentemente de tudo que estiver pra acontecer.
Porque ele não é só um cara. Você não quer mais só um cara. E ele é tudo que você quer hoje e sempre.

Perseguida pelo desejo


"(...) Aonde está a força de negar um desejo se enquanto ele não é saciado continua existindo?
O tempo não se encarrega de matar desejos, apenas de substituir os personagens.
(...)Esse é o maior problema dos desejos, eles não aceitam não como resposta. Você só coloca um ponto final nele se for até o fim. E o fim pode ser um simples enjôo ou, na pior das hipóteses, a morte.
(...)O desejo me acompanhou até em casa. Muito , muito mais forte que minha nobreza em ter dito não.
(...)Tive medo de ser só desejo, porque para mim sempre foi mais!
Prefiro ser perseguida pelo meu desejo... que não tem dia para acabar.. do que ser abandonada mais uma vez pelo seu, que dura no máximo três horas!!!

Te amar não é fácil


É cansativo viver sem vírgulas porque eu respiro a sua existência 24 horas por dia, e só coloco vírgulas teatrais para você não enjoar de mim.
Te amar não é fácil, é quase o anti-amor. É muito quase como se você nem existisse, porque só o homem perfeito mereceria tanto sentimento. E eu te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto você falha, o quanto você fraqueja, o quanto você se engana.
E fazendo isso, eu só consigo te amar mais ainda.
E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo. E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Foi então que eu descobri

Ele está exatamente no mesmo lugar que eu agora, pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar mais uma vez e voltar pra casa vazio ou continuar embaixo do edredon lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito.
A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí?